Há alguns anos, comecei a sentir dor ao dobrar os dedos das mãos, o que dificultava a realização de minhas tarefas diárias. Deduzi que, com o passar dos anos, ter menos flexibilidade poderia ser o novo normal. Mas, logo depois dessa sugestão mental, veio a pergunta: “Quem diz que isso é inevitável?” Esse pensamento me alertou para a necessidade de considerar com mais profundidade, o que é inevitável, a partir da única perspectiva confiável — a de Deus.
Com o estudo da Ciência Cristã, aprendi que situações difíceis não devem ser interpretadas como um sinal de que não merecemos o cuidado de Deus, ou de que estamos fora desse cuidado. Deus nunca usa o sofrimento ou a dor para corrigir ou ensinar. A cura é uma das maneiras de comprovarmos que Deus está sempre presente e tem todo o poder, como foi demonstrado por Cristo Jesus. Ao lhe perguntarem sobre o reino de Deus, Jesus respondeu que “está dentro de vós” (ver Lucas 17:21). Percebemos esse reino celestial em nossa vida, quando reconhecemos a presença contínua de Deus. Deus nos dá o senso espiritual, que corrige a percepção distorcida dos sentidos físicos; nossa função é sermos receptivos às ideias de Deus.
Pedi tratamento a um praticista da Ciência Cristã (alguém que se dedica em tempo integral a orar para a cura de outras pessoas). Depois do tratamento, consegui movimentar os dedos com facilidade e sem dor. Agradeci ao praticista e finalizamos o tratamento.
Após desfrutar de total flexibilidade por um ano, certa manhã acordei com uma sensação de formigamento na mão direita. Não dei importância a isso, atribuindo a sensação ao fato de ter dormido sobre a mão. À tarde, porém, era a mão esquerda que estava formigando.
Entrei em contato com outro praticista, que me recomendou a leitura da seguinte declaração que consta do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy: “A Mente é a fonte de todo o movimento, e não existe inércia que lhe retarde ou impeça a ação perpétua e harmoniosa” (p. 283). Esse lembrete de que a lei espiritual universal está em ação me confortou. Como o formigamento diminuíra, agradeci ao praticista e continuei a orar sozinha.
Algum tempo depois, ouvi um anúncio que descrevia a dor nos nervos relacionada à idade e apresentava um medicamento que se propunha a oferecer alívio. A mensagem subliminar, porém, era que aqueles que não fizessem uso daquele produto estavam deixando de aproveitar a oportunidade de se sentirem melhor, ou acabariam colocando em risco sua saúde. Mas, será que eu precisava acreditar nisso? Não!
A Sra. Eddy escreve: “A mente humana mortal, que inevitavelmente deturpa todas as coisas, faz com que elas comecem do pensamento mortal mais baixo, ao invés do mais elevado. O inverso é o que se dá com todas as formações da Mente divina imortal. Elas procedem da fonte divina; e assim, seguindo-lhes a trilha, ascendemos constantemente na infinitude do existir” (Ciência e Saúde, p. 189).
Buscando entender a maneira de ver da Mente divina, Deus — em vez de confiar em um ponto de vista mortal sobre certas situações — chegamos a conclusões corretas. Por meio da lei espiritual, a experiência humana se ajusta à realidade divina, e isso se manifesta em melhores condições corpóreas. No meu caso, a melhora da condição física ocorreu há mais de um ano e meio, quando recuperei a liberdade completa e permanente do movimento das mãos, sem qualquer dor ou dormência.
O que mais prezo nessa cura é o fato de que ela aumentou minha confiança em Deus e me proporcionou uma compreensão mais clara de que, mesmo frente a desafios, posso reivindicar as bênçãos divinas que me pertencem, porque somente elas são inevitáveis, de acordo com a lei de Deus.
Margaret Pereira
Pleasanton, Califórnia, EUA
